quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Visita VI

"Vou te chamar de contradição!" Foi assim que acordei procurando a minha volta. "Porque você disse que não podemos existir sem simbolizar e me propõe, de maneira irresponsável, esquecermos isso e simplesmente filosofarmos. Que tipo de tolo você pensa que sou para continuar falando com você depois desta proposta idiota? Você é exatamente o que eu já desconfiava: uma assombração vazia, tola..." Houve um profundo silêncio. O ambiente estava vestido de algo onírico. Meu estado era de confusão em terras limítrofes entre sono e vigília. O visitante nada disse. Seu silêncio se tornou pertubador e ondas de tremor tomaram conta do meu corpo. Depois de algum tempo ( não sei dizer quanto) ouvi sua voz, desta vez aveludada, dizer: "Você pode desistir deste diálogo quando quiser. Não é obrigado a conviver comigo. Pense bem aonde quer chegar com seus desejos e reflexões. Saiba que meu julgamento não importa e que a chave de nossa convivência simplesmente não existe. Romancear tudo a sua volta não responde, nem de longe, a questão que você mais persegue."
Levantei-me como que convulcionado e vomitei o sanduiche com cerveja que havia no meu estômago e eu nem sabia.

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