segunda-feira, 19 de abril de 2021

 No ponto do desejo


O desejo e suas mazelas na curva do tempo. Me veio essa questão em sonho e me peguei pensando de maneira quase obsessiva na questão do tempo em função do desejo (podendo ser essa função também invertida em um plano cartesiano afetivo).

Um certo equilibrio vem junto com a a velhice mas, me parece que é preciso aceitar uma perda do desejo ou melhor, um redirecionamento deste para outros campos do afeto que vão além do sexo ou da paixão.

Essa mundança, que é relatada aqui por mim e passa longe de qualquer generalização e carece de uma profunda dose de reflexão e um olhar para o passado para entender do que somos feitos no presente. Qual é a nossa substancia afetiva no agora? Do que queremos dar ou não conta? A que demanda estamos dispostos a atender?

O amor toma forma em minhas reflexões e fica cada vez mais possível a existência de muitas possibilidades de amar.

Não há o que fazer em relação a decadência do corpo, porém, há muito o que fazer para tornar nossa capacidade de amar cada vez mais profunda e vasta.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

 As escolhas e dos sons

Vivendo a metade da vida

Estive sempre bem perto de um cume

E o cume sempre me disse não!

Este não é meu lugar, mas sempre me trouxe para o Norte

Já não me sinto tão pesado e já não vejo o coração de chumbo

Entendo um pouco mais que a viagem é mais rica e menos triste

Sinto pouca falta do que sonhei, pensei, esperei e lamentei

Nas ondas de sons que me atravessam, vejo o limite do que é som ou cheiro

No céu vejo aquelas letras que voam e que formam sentidos que me fazem rir

E calado, sigo e corto o momento com a lâmina radiante de amor


Poema para os 20 anos do João 

O filho menor

Hoje é o “mais grande”

Cheio de ideias,

Cheio de escolhas,

Energia que flui em palavras e sentidos,

As vezes torto, as vezes reto,

Segue curioso, e valente,

Segue dizendo, sempre com luz,

Muita energia que se traduz em força, em uma verdadeira chama,

Engole a vida, e a passos largos busca o futuro,

De fora o que vejo é um gigante abraçando a vida,

Intenso,

Violento,

Sempre firme no seu lembramento