segunda-feira, 31 de agosto de 2009

BO-CE-JO
















Entendo a nossa busca por sentido. Entendo nossa busca por controle. Me parece que existe uma falta de sentido inerente na procura constante por sentido. Já que nos foi dado o universo e este é infinito, será também infinita a busca por sentido (?). Então deparei-me com esse trecho escrito por Victor Hugo (Os Miseráveis):

O conjunto era glacial, regular, horrível. Nada melhor para entristecer o coração do que a simetria. É que a simetria é o tédio, e o tédio é a base do luto. O desespero boceja. Por acaso pode-se imaginar algo mais terrível que um inferno onde se sofre? Perfeitamente, se criarmos um inferno onde o condenado se entedie.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tempo



Lendo Borges chegou-me uma citação de Schopenhauer:

"Felizmente para nós, nossa vida é dividida em dias e noites, nossa vida é interrompida pelo sono. Levantamo-nos pela manhã, passamos nosso dia, em seguida dormimos. Se não houvesse o sono, seria intolerável viver, não seríamos donos do prazer. A totalidade do ser é impossível para nós. Assim, dão-nos tudo, mas de forma gradual."

E Borges completa:

A transmigração corresponde a uma idéia parecida. Seríamos, ao mesmo tempo, talvez como crêem os panteístas, todos os minerais, todas as plantas, todos os animais, todos os homens. Felizmente, porém, não o sabemos. Felizmente, cremos em indivíduos.
Do contrário, nos sentiríamos oprimidos, aniquilados com essa plenitude.

Tempo é só o que nos resta...