terça-feira, 6 de outubro de 2009

Visita II

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Por algum tempo houve um silêncio tranquilo, até que ele me perguntou de forma direta, quase abrupta: "Você se acha uma pessoa integrada ao seu tempo?" Ohei para ele me sentindo cansado daquele momento, não cansado da conversa, pois, não haviamos falado muito. Sentia-me cansado profundamente, sem energia. Respondi: "Sua pergunta é muito ampla, portanto, prefiro não desenvolver uma resposta, pois, ficarei com a sensação de que foi pequena minha contribuição para suas dúvidas. Sei que você dirá que não importa o quanto minha resposta é completa ou não... Ele me interrompeu: "Você ainda está pouco à vontade comigo. Espero que isso passe logo e que possamos conversar mais e melhor, entretanto, posso lhe dizer que você me dá sinais de não estar satisfeito com o seu tempo e acho que essa insatisfação pode ter a ver com uma coisa que lhe é muito cara: o esclarecimento. Quer falar sobre isso?"

Me veio uma onda de energia e curiosidade no momento que ele falou sobre o esclarecimento, pois é algo que me faz pensar bastante há algum tempo. Me senti revigorado e percebi que de alguma forma aquela estranha visita poderia me dar mais do que uma experência sobrenatural.

Então respondi: "Não vou entrar no mérito de como você sabe de algo que venho pensando e que não cometei com ninguém. Vamos ao que interessa que é falar sobre essa questão. Acho que o esclarecimento não está em nenhuma pauta em nenhuma área da experiência humana contemporânea. Não sei o porque disso, mas me parece que a humanidade não está interessada em discutir e esclarecer. A comunicação parece ter alcançado a todos, porém, o mesmo não ocorre com a difusão do esclarecimento."
Ele me olhou como se seu olhar me atravessasse, fechou os olhos e disse: "Desculpa eu preciso descansar" Levantou-se e saiu pela parede.
Pensei se realmente vou encarar isso com naturalidade ou se estou só atuando.

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