sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Visita final?

"Parece que você quer dizer algo a meu respeito. Como se eu soubesse qual a questão. Que perda de tempo! Você serve exatamente para que?"
Esperei a resposta. Demorou bastante. Me concentrei no relógio de parede para tentar cronometrar o tempo, mas, me esqueci de subtrair e até mesmo de olhar para o relógio quando ele apareceu bem na minha frente. Me olhou com um ar tranquilo e disse: "A questão da morte da sua mãe continua presente a cada momento. Ela deixou de existir, enquanto você continua "sendo". E daí? Você dirá... Eu respondo por você: Não sei que importância isso tem. Nem mesmo sabemos se estamos vivos ou se estamos repetindo a existencia de outros e nos espalhamos achando que estamos em algum lugar sendo algo. Vivo essa mesma angustia, a cada instante, a cada gesto, a cada morte que me circunda." Não sabia o que dizer nem mesmo lembro o que se sucedeu. Me encontrei andando por uma trilha que chegou a um banco de madeira sem encosto. Por ali fiquei, sem sentir nada.

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