segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Estética
A beleza do movimento e da memória corporal.
A certeza do equilíbrio.
A mágica medida das sucessões de movimentos.
A estética e a paixão pela prática, constante e diária
Suor, tombos, decepção, dor...
A coragem de dar sentido a um mundo solitário.
A escolha do atleta que segue em busca da perfeição, mesmo sem saber muito bem o que isso quer dizer.
Esse é o mundo de quem produz arte com o próprio corpo.
A recompensa está aí. Ela se traduz em belas imagens.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Encontrando

Ele pegou o café no balcão e foi procurar uma mesa. Lugar cheio. Pessoas difusas, apressadas, carentes, ansiosas. Um cara gordo e barbudo levanta e deixa um lugar vago. Ela como uma felina pula para o lugar enquanto ele, atrapalhado por um coluna, dá dois passos e não chega há tempo.
Ele delicadamente pede para compartilhar o lugar. Ela aceita relutante. Os dois se julgam, se medem, tentam achar um ponto de contato e aparentemente encontram afinidades e trocam por alguns minutos impressões e imprecisões. Ele vai embora e ela continua a pensar nos seus afazeres artísticos.
Ele se chama Nilo e ela Nele. Ele trabalha com tudo e ela é uma artista.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Sentido e Sentimento
Escrevo enquanto a bateria me permite. O meu lap top me avisa que ela se esvai.
Como num sonho amedrontador, eu tento publicar essas palavras que podem ser importantes para alguém. Se bem, que tenho certas dúvidas a cerca da minha existência, que dirá de outras existências. O CD que já foi tido como mídia confiável (sedesmancha enquanto o vinil resiste e retorna), pula sem parar. Pena... pois no caso é uma música que gosto... Mas, os pulos, não atrapalham totalmente a escuta. Já conheço bem a música e o cérebro, em uma operação automatizada da percepção, segue em frente "ouvindo" a música e desconsiderando o erro de leitura.
A xícara de café expresso me olha e me diz que não pode fazer nada a respeito... Meu estômago arde... "que culpa eu tenho" a xícara isolente me diz.
As operações as quais estamos expostos: a da bateria que se esvai, do CD que pula, a xícara insolente, são da ordem do sentido, sentimento vem a ser outra coisa... Há que se distinguir...
Como num sonho amedrontador, eu tento publicar essas palavras que podem ser importantes para alguém. Se bem, que tenho certas dúvidas a cerca da minha existência, que dirá de outras existências. O CD que já foi tido como mídia confiável (sedesmancha enquanto o vinil resiste e retorna), pula sem parar. Pena... pois no caso é uma música que gosto... Mas, os pulos, não atrapalham totalmente a escuta. Já conheço bem a música e o cérebro, em uma operação automatizada da percepção, segue em frente "ouvindo" a música e desconsiderando o erro de leitura.
A xícara de café expresso me olha e me diz que não pode fazer nada a respeito... Meu estômago arde... "que culpa eu tenho" a xícara isolente me diz.
As operações as quais estamos expostos: a da bateria que se esvai, do CD que pula, a xícara insolente, são da ordem do sentido, sentimento vem a ser outra coisa... Há que se distinguir...
domingo, 18 de julho de 2010
Sentinela
Ele está ali parado com seu nada a dizer
O amor que a sentinela sente
Em mente ele tem a lente
De aumentada solidão
Somente em seu confuso olhar...
Ele não me vê com o amor que é próprio dos homens
Que nasceram para amar seus pares como os vasos de barro
Que no aconchego da grama se unem pelo limo verde e marrom
Seu desejo está à prova, está pronto para derrubar
O muro de esponja ou de lona verde de caminhão barrento
Que rápido some no éter
Que cheiro imune posso achar em seus braços de sentinela?
nenhum
O amor que a sentinela sente
Em mente ele tem a lente
De aumentada solidão
Somente em seu confuso olhar...
Ele não me vê com o amor que é próprio dos homens
Que nasceram para amar seus pares como os vasos de barro
Que no aconchego da grama se unem pelo limo verde e marrom
Seu desejo está à prova, está pronto para derrubar
O muro de esponja ou de lona verde de caminhão barrento
Que rápido some no éter
Que cheiro imune posso achar em seus braços de sentinela?
nenhum
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Lembramento
Daí, ele pequeno nos seus 9, me falou do lembramento
Falou da vírgula voadora e de todas as perguntas que o pé-de-pato faz
Daí, o lembramento me faz falta, não sei se por mágoa ou desejo
Sim, temos que lembrar da estrela que ja viveu
O cavalo que nos diz seu sim em sorrisos de tártaro
Do sentido daquela rua que a mulher afogada e verde me conduz
Do lembramento ficou uma folha, que branca na escuridão ri
A caneta não resolve o lembramento, ela so diz do que eu acho que sonhei
Sem lembrança sou vazio
Sem ulterior sentido
Sem singelo sorriso que lambe meu contorno em PB
Só lembramento minha amiga: não vai responder!
Falou da vírgula voadora e de todas as perguntas que o pé-de-pato faz
Daí, o lembramento me faz falta, não sei se por mágoa ou desejo
Sim, temos que lembrar da estrela que ja viveu
O cavalo que nos diz seu sim em sorrisos de tártaro
Do sentido daquela rua que a mulher afogada e verde me conduz
Do lembramento ficou uma folha, que branca na escuridão ri
A caneta não resolve o lembramento, ela so diz do que eu acho que sonhei
Sem lembrança sou vazio
Sem ulterior sentido
Sem singelo sorriso que lambe meu contorno em PB
Só lembramento minha amiga: não vai responder!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
semelhança
Semeando um pouco de sede em cada canto negro
A sala mantem tudo que por ela passou
Tudo que por ela vive ou morre em cada fração de borboleta
Semelhança é o que botamos na ponta da faca e que risca as faces sujas daqueles que fomos
Cinzento é o dia em que a amada se foi
Assim chega armada de Lusos com chumbo e prata
Aqui vieram
Aqui há semelhanças
Palavra que volta cruzada em movimento de buraco negro
Que traga a palavra, a luz e o corpo
Que dorme e não fala, não vê nem sonhou
De fim de semelhanças somos todos cinzentos
De fim de semelhanças somos todos sujos
Só quem viu pode ficar por essas bandas daqui para sempre
A sala mantem tudo que por ela passou
Tudo que por ela vive ou morre em cada fração de borboleta
Semelhança é o que botamos na ponta da faca e que risca as faces sujas daqueles que fomos
Cinzento é o dia em que a amada se foi
Assim chega armada de Lusos com chumbo e prata
Aqui vieram
Aqui há semelhanças
Palavra que volta cruzada em movimento de buraco negro
Que traga a palavra, a luz e o corpo
Que dorme e não fala, não vê nem sonhou
De fim de semelhanças somos todos cinzentos
De fim de semelhanças somos todos sujos
Só quem viu pode ficar por essas bandas daqui para sempre
quarta-feira, 14 de julho de 2010
A Loucura dos outros

Loucura que emana, que passa pelos sentidos em toques de sabiá-laranjeira.
Sendo quem sou e sem saber quem sou torno-me possível a tudo.
A todos? A toques? A rasgos na escuridão de sangue e mal cheirosos encontros
Sentir não é saber. Ter não é viver. A vida é só um monte de coisas quentes ou frias que se come com pressa, medo e culpa.
Esperança é tão linda quanto aquele macaco que não vejo.
O sono recolhe os sentidos ao poço da pescaria dos peixes que nunca vimos.
Dizer, tocar, linguar, chorar, sentar, comer...Tudo sem símbolos e sem dono.
Quem é o dono das minhas pernas?
Sentindo frio pinto a porta com o verniz da angústia.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
O inevitável de Sempre
Não estamos dispostos a abrir mão do desejo. Mesmo naqueles momentos em que o desejo se opõe a civilidade, as normas sociais? A luz sobre esse embate já nos foi dada pela psicanálise e seu criador nos apontou os proximos passos, que seria quando nós entenderíamos mundo interior como algo inexplicável como é inexplicável a crença em um deus que não vemos. Estamos prontos pra tal empresa abstrata mas ainda não sabemos disso. Destruimos todos os dias a energia do grande patriarca, mas a reconstruimos assim que acordamos no outro dia e pedimos ao nada que nosso dia seja melhor. Que passos demos depois daqueles que demos sob a luz da nossa ciencia da existência do inconciente?
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Lendo Machado
sexta-feira, 5 de março de 2010
Recomeço?
domingo, 7 de fevereiro de 2010
About Vancouver
Andando bem distraido, vejo um casal há alguns metros de mim se aproximando de um vaso de plantas público em uma esquina movimentada. O casal carrega um pequeno vaso com violetas, enquanto ela tira as violetas do vaso plastico cuidadosamente o rapaz cava com as mãos um buraco no vaso público. Eles simplesmente plantam as violetas e vão embora tranquilamente. Essa operação levou exatamente o tempo de eu cruzar por eles e parar no ponto de onibus de hábito. Entender que o público é de todos e que fazemos parte desse "todos" não é tão difícil. A operação lógica é: Planto uma flor em um vaso público que está em meu caminho e me beneficio disso.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Panoramica_self
domingo, 31 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
antidiario e a feiura
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
antidiário II
Reflexo é uma palavra interessante. Na série de fotos acima, pensei muito em reflexo. Quando olhamos o que esperamos? O mecanismo da visão é fundamentalmente reflexivo pois, só vemos aquilo que está refletido nas superficies através da luz. Sem luz não há visão, não há reflexão. Quando olho para o mundo recebo de volta algo para refletir. Vejo pessoas, vejo este lugar diferente e tão familiar.
antidiário
Acho diário chato.Uma coisa com uma invejável organização que eu não tenho. Por isso minha viagem não será postada nesse formato.
Umas fotos, uns comentários aqui e acolá é o que terão aqueles que resolverem vir aqui. Aguardem. Vancouver deve nos dar muito material. Uma cidade multiculrural não poderia oferecer menos.
Nem sempre texto e imagem estarão conectados pois, o que sinto na hora da foto e depois que a coloco aqui, dificilmente será exprimível de maneira plena. Mas o cansaço de 25 hs de viagem e a grande curiosidade do viajante que "baixa" como um espírito em mim, estão presentes nessas primeiras imagens-impressões.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Mi guitarra y Vos
¡Que viva la ciencia! ¡Que viva la poesía!Que viva siento mi lengua cuando tu lengua está sobre le lengua mía.El agua está en el barro, el barro en el ladrillo,el ladrillo está en la pared y en la pared tu fotografía.Es cierto que no hay arte sin emoción,y que no hay precisión sin artesanía,como tampoco hay guitarra sin tecnología,tecnología del nylon para las primastecnología del metal para el clavijero,la prensa, la gubia y el varniz,las herramientas del carpintero.El cantautor y su computadora,el pastor y su afeitadora,el despertador que ya está anunciando la aurora.Y en el telescopio, se demora la última estrella.La máquina la hace el hombre,y es lo que el hombre hace con ella.El arado, la rueda, el molino, la mesa en que apoyo el vaso de vino.Las curvas de la montaña rusa, la semicorchea y hasta la semifusa, el té.Los ordenadores y los espejos,tus lentes para ver de cerca y de lejos.La cucha del perro, la mantequilla, la hierba, el mate y la bombilla.Estás conmigo, estamos cantando a la sombra de nuestra parra, una canción que dice que uno sólo conserva lo que no amarra.Y sin tenerte, te tengo a vosy tengo a mi guitarra.Hay tantas cosas, yo solo preciso dos;mi guitarra y vos.Mi guitarra y vos. (bis)Hay cines, hay trenes, hay cacerolas, hay fórmulas hasta para describir la espiral de una caracola.Hay más.Hay tráfico, créditos, cláusulas, salas VIP, hay cápsulas hipnóticas y tomografías computarizadas, hay condiciones para la constitución de una sociedad limitada,hay biberones, hay buses, hay tabúes, hay besos, hay hambre, hay sobrepeso.Hay curas de sueño y tizanas, hay drogas de diseño,y perros adictos a las drogas en las aduanas.Hay manos capaces de fabricar herramientas con las que se hacen máquinas para hacer ordenadores que a su vez diseñan máquinas que hacen herramientas para que las usen las manos.Hay escritas infinitas palabras:sen, gol, bang, rap, dios, fin.Hay tantas cosas, yo solo preciso dos;mi guitarra y vos.Mi guitarra y vos
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Pente, bigode, TOC
Ave mariaminhaculpamaximaculpa, TOC
Parede, teto, dedo, cadeira TOC
Panela, lapela, janela, tudo um toque
Sempreavemariaminhaculpamaximaculpa, TOC
Sob o lençol, sempre anzol, TOC
O que não entendo, to sempre culpado, madeira, pedra, vidrado
Toque na estrela, toco na mesa, o caixa fechado, TOC
Avemariameenchedegraça, enquanto uma traça rói meu bigode
Sentado na praça com pente bagaça me falam da casa do TOC
Sacudo meu corpo, me lembro de mamãe, sentindo ferrolho do prego na mão
Arrepio, TOC
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