segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tinta preta

Ela se aproxima em preto e branco
Toca meu rosto como se fosse seu
Não me desfaço a cada toque
Mas, o nanquim ocupa o lugar do que era antes controle

O desejo ocupa o espaço do que era antes controle
Fica impresso em tinta preta o sorriso
Antes nem conhecia
Agora vejo de perto em uma janela feita de memória

Sua forma de violão segue as escadarias
Seu pincel agora me pertence
Seu toque ficou preto na pele
Sua voz só agora me alcança

Seus beijos
Seus cheiros
Seu toque de tinta nanquim
Olhos de quem ja viveu, de quem já me conhece, de quem prevê o futuro nas manchas de tinta preta do meu rosto

2 comentários:

  1. Quisera tivesse realmente prevido o futuro naquela tinta preta...

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  2. só no campo da poesia os oráculos podem ser infalíveis.. por isso o exercicio do poema pode nos levar onde queremos

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