quinta-feira, 12 de março de 2009

Estética do puteiro


Dava um artigo acadêmico pedante sobre a profissão mas nobre do mundo (substitui o axioma “mais antiga do mundo” por puro deboche). A livia me empurrou para a zona. Encontrei uma puta chamada Clarinha, que era do tipo mau humorada. Aquele tipo puta arrependida, que diz: “estou aqui por pura necessidade e logo caio fora”. Detesto essa desculpa recorrente e ao mesmo tempo não gosto de puta feliz. Aquele tipo simpática que apesar do em torno, pois estou falando de puteiro pobre, “ta curtindo” o lance de se prostituir. Gosto de puta deprimida, de paredes vermelhas, de cheiro de desinfetante barato, de cama de alvenaria e de toalha que não enxuga. Zona tem que ter esse peso e combina com cocaína, cerveja junto com cachaça e mulheres com seus corpos fora de forma com cicatrizes de cesarianas.

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